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domingo, 20 de abril de 2014

Exercícios Espirituais: expressão visual de uma experiência afetivo-espiritual (parte 3)

Penso e sinto a experiência de Cristo Ressuscitado dos primeiros discípulos como algo profundamente afetivo. Talvez Jesus não tenha aparecido de fato, mas eles aprenderam a reconhecê-lo no mundo, nas pessoas, nas coisas. Aprenderam a sentir e saborear a presença amorosa do Senhor.

Nesse sentido, nos eventos pós-ressurreição, só quem seguiu de perto o Jesus histórico, isto é, quem comeu e bebeu com ele, quem o ouviu atentamente, é capaz de tomar consciência de como ele continuou se apresentando. Do mesmo modo, penso que, hoje, os discípulos que conseguem fazer uma experiência místico-espiritual de encontro com o Jesus itinerante que pregava, curava, dava bronca e, mais do que isso, que o acompanham na consequência de seu seguimento (entrega total da vida por amor), são aqueles que tem condições de reconhecê-lo no mundo.

Assim, cruz e ressurreição, morte e vida continuam sempre atualizadas, sempre presentes. Num processo de aprofundamento humano-espiritual. Por isso, se vejo os sinais de morte, de degradação do mundo, do meio ambiente, das pessoas, vejo Jesus sofrendo. Se vejo os sinais de vida, de esperança, de conquista dos direitos humanos, vejo o Cristo Ressuscitado.

Em meio à nossa vida turbulenta, e por vezes árida,  precisamos aprender a reconhecer o Ressuscitado no olhar das outras pessoas, no desejo de construção de um mundo melhor e mais justo dos que atuam em nosso meio, ajudando com que Cristo ressuscite em cada país, cidade, rua... em cada residência. E daí que, diante de tão alegre encontro, possamos todos dizermos tal como disse João, ao reconhecer Cristo na pesca milagrosa pós-Páscoa: "É o Senhor!".

TELA "É O SENHOR!" (ACRÍLICO SOBRE TELA) - autoria: Gabriel Leitão


Do Evangelho de Jesus Cristo segundo João (21,3-14)

Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes [...] Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Gabriel, quanta beleza em suas palavras: "Assim, cruz e ressurreição, morte e vida continuam sempre atualizadas, sempre presentes. Num processo de aprofundamento humano-espiritual. Por isso, se vejo os sinais de morte, de degradação do mundo, do meio ambiente, das pessoas, vejo Jesus sofrendo. Se vejo os sinais de vida, de esperança, de conquista dos direitos humanos, vejo o Cristo Ressuscitado." De fato, só podemos reconhecer Jesus Cristo a partir de nossa vivência espiritual e testemunho de fé - um Deus que é vivo em nós! Mas uma vez, voce vai te encontro comigo, também acredito que Deus está presente nas coisas e pessoas. Creio em um Deus que vive no meio de nós!

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